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terça-feira, 6 de outubro de 2009

Megadeth - Endgame


Como alguns de vocês sabem, e coisa que eu nunca escondi...
Megadeh está para mim na musica, como o Benfica no futebol.
Podem até não jogar bem, mas serão sempre os tais...
Assim, como um misto de Benfica é Eusébio, Megadeth são Mustaine!
Não vou entrar em discussões se os Metallica são melhores ou piores...eu até gosto de ambas!

Tornei-me um fã acérrimo dos Megadeth há 18 anos atrás, por ocasião do lançamento do excelente álbum Countdown to Extinction, que me fez abanar o pescoço a cabeça com suas músicas poderosas e de refrão fácil.
Aquela voz de rato, com os solos incríveis e orelhudos de Friedman e Mustaine, deixavam-me...nem sei bem como!
É um daqueles discos que eu ainda hoje consigo cantar do principio ao fim sem me enganar mais do que uma ou duas vezes.

Depois disso, com o passar dos anos, fui aos poucos conhecendo mais e mais do fortíssimo legado de álbuns clássicos da banda, com destaque para o célebre Rust in Peace, de 1990, que considero hoje um (ou até o) dos melhores discos de heavy metal de todos os tempos.

Apesar disso, depois do arrebatamento com Youthanasia e com Cryptic Writings, nenhum dos álbuns seguintes da banda me pareceu tão forte. Risk, de 1999, sempre me pareceu um bom álbum, cheio de composições interessantes, mas padecia de um "pequeno probleminha": não soava sequer como Megadeth nem aqui nem em lado nenhum. O disco foi um fracasso comercial e conquistou o ódio de alguns fãs do grupo, que até hoje não podem nem ouvir falar dele sem ter aquele pequeno vómito.

Para encurtar esta e outras análises, e porque isto não é uma aula de história, em 1999, como consequência dos péssimos resultados artísticos e comerciais de Risk, os Megadeth viram-se subitamente sem um dos mais carismáticos membros da banda, Marty Friedman.
Antes, já o hábil baterista Nick Menza havia deixado a banda por diferenças inconciliáveis com o frontman, Dave Mustaine.
Mustaine e o seu feitio ESPECIAL  funcionar !

Na sequência, em 2001, os Megadeth lançaram The World Needs a Hero, um álbum que eu ouvia muito na época e que eu achei (agora já não tanto) muito bom. Mas ainda estava longe da força das composições presentes no Countdown e no Rust.
De qualquer forma aquela magia e vibração de uma das melhores formações de sempre do Heavy tinha se ido!

Mustaine, Friedman, Ellefson e Menza...a formação que eu tive o prazer de ver diante dos olhos por 2 vezes. E confesso, na altura do regresso em 2001 dos 'Deth, a Portugal, eles esgotaram Vilar de Mouros, mas notava-se que o Pitrelli não conseguiria fazer esquecer aquele senhor, de nome Friedman.
30000 pessoas no seu maior concerto por cá (Vilar de Mouros)...mas faltava algo.
Parecia o fim dos Megadeth, quando Dave Ellefson resolveu também ele abandonar o barco, ficando somente Mustaine ao leme, comandando mais tarde uma série de músicos pouco conhecidos, à excepção de Chris Polland.

Entretanto...uma notícia que me deixou pena, triste...
Megadeth encerrariam sem prazo as suas actividades devido à lesão nos tendões do braço esquerdo de Mustaine.
Muitos bradaram que era o fim...que iria terminar tudo.
Aquela banda, da minha adolescência...iria terminar.

Por isso foi com surpresa que soube em 2004, que iria sair um novo opus de nome System Has Failed, era uma espécie de retorno da banda ao thrash, depois da fase mais "hard rock/heavy tradicional" adotado a partir do disco Youthanasia (1994). Gravado apenas com músicos de estúdio, acabei por reconhecer o merecido mérito ao Mustaine, porque mesmo assim, sem músicos com aquelaidentidade, ele conseguia fazer com que o disco realmente soasse a Megadeth.
Achei interessante, mas um pouco genérico, sem aquela força e identidade dos grandes álbuns da banda.

No entanto, em 2007 os Megadeth regressaram com United Abominations, álbum que de certa forma colocou a banda de volta aos holofotes da imprensa. O disco continuava a proposta do anterior, no sentido de resgatar as raízes speed thrash da banda.
Drover mostrava-se um bom guitarrista...mas...e os solos?
As composições estavam bem mais elaboradas e poderosas, incluindo ainda uma nova versão para a clássica A Tout le Monde, regravada com participação da vocalista do Lacuna Coil, Cristina Scabbia. Ouvi muito esse disco e achei-o muito bom, mas ainda não era um Countdown ou um Rust.

Bem, e esse mais recente Endgame?

Não é um álbum que vai reescrever a história da contribuição do Megadeth para a música pesada, nem reinventar o thrash metal.
Mas este novo disco sim, é Megadeth!!
Continua a não ser um Countdown ou um Rust, mas...daqui a 5 anos creio poder dizer...Os melhores discos de Megadeth são Countdown, Rust e Endgame!!!

Mas não pensem afinal que toda a euforia das críticas vem do nada: o álbum é imperdível, e seguramente é o melhor desta pseudo "nova fase thrash" do grupo.
Para o meu gosto pessoal, é o álbum mais poderoso da banda desde Cryptic em 97.

Endgame abre com a absurda "Dialectic Chaos", 2 minutos e vinte segundos de riffs empolgantes e solos da maior absurdidade e com a melhor qualidade. É uma senhora porrada no ouvido e uma abertura de arrepiar os cabelitos do braço além de nos deixar em respeito.
Parece até uma coisa que poderia vir no Rust in Peace mesmo.
A banda parece fazer questão de esfregar na cara do ouvinte e logo desde o primeiro segundo o facto de que o trabalho de guitarras neste disco estar matador...ASSASSINO!!.
A produção de Sneap é...fantástica!!

É chegada então a hora de uma pequena resenha a Endgame, um disco, cujo single Headcrusher deixou a comunidade internauta em polvorosa com a sua espantosa agressividade e melodia viciante, mas algumas opiniões dividiram-se quando «44 Minutes» foi disponibilizado com as suas melodias à Cryptic Writings.
A terceira faixa disponibilizada, 1,320, deixou, com o seu peso disfarçado de melodia à Youthanasia, os fãs sem saber muito bem o que esperar.
Agora que já ouvi este Endgame na íntegra faz mais sentido esta panóplia de estilos que essas três canções proporcionam.
Trata-se de um álbum que resume de forma mais ou menos lógica toda a evolução sonora dos Megadeth desde da sua génese em 1983.
Excitante, não?
Só a leve ideia de que os Megadeth voltaram a fazer músicas e alguns solos como nos álbuns Peace Sells ou Rust in Peace, deixa qualquer um a salivar, com vontade de mais.
Só que por muito de Dave Mustaine possa querer (duvido) dar um cheirinho a eighties thrash nas novas composições, o resultado não está longe de poder ser considerado comparável a qualquer disco dos Megadeth até 1990, altura em que gravaram aquele que é porventura o seu melhor álbum de sempre, como já referi, Rust in Peace. A partir daqui as coisas são substancialmente diferentes, com várias faixas de Endgame a recuperarem habilmente o feeling de Countdown to Extinction e em alguns casos, como na faixa título e em Headcrusher a aproximarem-se muito da qualidade desse clássico, e até quem sabe substituir uma Psychotron ou uma High Speed Dirt.
Mas esta qualidade talvez seja apenas pontual, com de facto a aparecer o melhor material que Mustaine compõe desde Countdown to Extinction, This Day We Fight! e The Hardest Part Of Letting Go... Sealed With A Kiss (esta com um leve trago a Foreclosure of a Dream, misturado com A Tout Le Monde), por exemplo.
Mas depois temos algumas músicas que puxam para a fase menos aplaudida do grupo, «44 Minutes» a parecer uma sobra do «Cryptic Writings» e as forçadas «Bodies Left Behind» e «How The Story Ends» a serem claramente as mais "esquecíveis" faixas do disco. Podemos apenas adivinhar a extrema dificuldade que é estar desde 1983 a escrever música para uma banda e chegar a 2009 e ainda ter criatividade para escrever uma Dialectic Chaos.
Por isso reconheço a Dave Mustaine preserverança e vontade, num álbum que mesmo podendo concorrer na categoria de pior capa de 2009, tem música com qualidade suficiente para ser o melhor dos Megadeth dos últimos 12 anos.
Chris Broderick tem tudo para ser realmente alguém que vai conseguir levantar e manter estes novos 'Deth no topo.
O que dele vi, juntamente com os restantes membros da banda (Mustaine, Lomenzo e Drover), dá a um fã antigo, posso-me assim intitular, muito alento em voltar a vê-los lá em cima.

Endgame é uma muito mais que dupla alegria: é, ao mesmo tempo, um dos melhores álbuns de heavy metal do ano, quiçá de sempre e uma demonstração de que os Megadeth (a minha banda favorita de todos os tempo) vivem hoje uma grande fase.

Vida longa ao rei Dave Mustaine! 






It's time to take your last walk in this world
before your journey begins underground.
Not before we torment you
from your cell, straight to hell!
With a short detour in between.
Begging for mercy youre all alone,
unable to handle the pressure.
Before it's mortification!
Now let the torture begin!

Death from Head crusher
Head crusher!
Death from Head crusher!
Wow!

The horrific torture device.
for those who fail interrogation,
the most painful technique ever know,
people thirst for the worst
the skull's disintegration
Beaten, broken, in bloody wreck
Adding insult to injury!
Heed the cast but its much too late
Now let the torture begin!

Death by the Head crusher!
Head crusher!
Death by the Head crusher!

On your knees prisoners take your positions
place your chin forward into the restraint
your head slowly caves in from the compression
you'll faint to black out from the infernal pain

Twisting,jerking the shiest move
Your teeth are breaking loose
crushed and splintering into your mouth
Winding down, cutting through
Like broken glass being chewed
Your fragmented skull and shattering bones

There's nothing you can do!

© Megadeth 2009

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